Profissionalismo, humildade e equilíbrio
resultaram no primeiro título do interior
A crônica esportiva paraense finalmente se rendeu ao Independente de Tucuruí, campeão do Campeonato Paraense de 2011, quando com todos os méritos superou o Paysandu, ao vencer por 3 a 0, na decisão por pênaltis, após empate por 3 a 3, na tarde de ontem, no estádio Mangueirão. Mas, é bom que se diga: esse título faz a equipe de Tucuruí campeã, mas não um time grande, cujo status só se atinge com muitas conquistas, organização, profissionalismo, e isso o Independente mostra deste o início, haja vista o time ter sido reestruturado há apenas 2 anos.
Um time que quer ser campeão tem que está aberto a críticas, pois quem critica é porque se importa.
Porque quem não se importa, não quer nem saber, aliás, nem vai ao estádio ver jogo do time, seja qual jogo for.
Um exemplo superficial disso está nos grandes empresários de Marabá. Quantos deles criticam? Exatamente nenhum. Eles preferem nem ir ao estádio, isso significa que tanto faz como tanto fez.
Valorização da prata da casa: De início a equipe do Independente resolveu valorizar o treinador Sinomar Naves, que foi prestigiado em suas decisões desde o início do campeonato e se consolidou como o melhor técnico da competição, tendo em segundo lugar o Fran Costa, que realizou belo trabalho no Cametá.
Vários atletas de Tucuruí e região foram aproveitados ao longo da competição, onde os jogadores eram escalados ‘pelo treinador’ e sempre após os treinos da equipe, não após contato com este ou aquele empresário ou amigo do treinador.
Folha de pagamento de time pequeno: Com folha salarial de R$ 89 mil, e com um bom treinador (Sinomar Naves) ganhando apenas R$ 7 mil por mês, o campeão estadual provou que é possível fazer um bom time, sem inflacionar a folha de pagamento, e de quebra, deu aula de como se deve contratar, sem excesso de erros nas contratações, sem contratar jogadores bichados, sem contratar jogadores reconhecidamente problemáticos, e sem amofinar para indicadores de atletas, inclusive da entidade máxima de nosso futebol. Portanto, a relação custo/benefício foi seguida ao pé da letra.
Respeitando os grandes: Em nenhuma ocasião ninguém do Independente afirmou que faria um clássico com o Paysandu, colocando-se no seu lugar de clube emergente, reconhecendo a grandeza de Paysandu e Remo, que fazem o verdadeiro clássico paraense, no entanto, jogando de igual para igual com Remo e Paysandu, que durante os jogos, devido as circunstância se nivelaram ao ‘Galo Elétrico’.
Valorização da torcida: Ver a torcida como parceira e não como inimiga, foi um quesito muito importante para o sucesso do Independente neste certame, cujo resultado maior foi a conquista do título de campeão estadual, que para muitos parecia impossível, mas que para time, diretoria, patrocinadores e torcida da equipe era mais do que possível.
Para se ter uma idéia, durante a fase final do estadual, quando os recursos ficaram escassos, a torcida tucuruiense, colaborando com cotas financeiras, ajudou a bancar as despesas do time, atendendo apelo da diretoria, que enxergou os torcedores como parceiros, no entanto, esses torcedores são ouvidos, e as boas idéias que eles dão são sim aproveitadas pela diretoria. (parece aqui, não?)
Arbitragem local: Aceitar a atuação da arbitragem local (paraense), apesar de ter parecido arriscada, representou muito menos gasto, menos desgaste com árbitros (que em decisão contrária, resolvem minar o time ao longo de toda a competição seguinte); com a Federação, com os adversários, e com a torcida que não engole mais essa história de que árbitros caseiros beneficiam os grandes; e confirma a idéia de que quando um time entra em campo realmente disposto a jogar futebol, ele deixa de usar uma ou outra falha (que é inevitável) da arbitragem como justificativa para etapas que não executou (antes e durante a partida) em busca da tão sonhada vitória.
Nunca é demais lembrar que quando a comissão técnica é equilibrada, respeita a decisão da arbitragem, mesmo contestando em algumas circunstâncias, ela ajuda o time e não atrapalha o espetáculo. Portanto, parabéns ao Independente pela receita de como se faz para ganhar um campeonato. Parabéns especialmente ameu amigo Rosalvo Afonso, diretor de futebol do 'Galo Elétrico'.